O país solicitou a saída do órgão da ONU antecipando a sua suspensão devido à invasão da Ucrânia.
Nesta quarta-feira, 27 de abril de 2022, o governo russo anunciou sua saída da OMT (Organização Mundial do Turismo) em antecipação à sua expulsão iminente devido à invasão da Ucrânia.
Pelo Twitter, a OMT informou que a Rússia anunciou sua intenção de se retirar durante assembleia geral em Madri, especificando que o processo levará cerca de um ano para ser concluído, mas a suspensão entraria em vigor imediatamente.
Em nota, o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, afirmou que a decisão “mostra que as ações da Rússia são indefensáveis e contrárias aos próprios princípios da OMT e da governança internacional”.
A medida foi decidida pela maioria do Comitê Executivo da OMT no início de março. E mesmo com a saída da Rússia, os membros da assembleia ainda votarão a suspensão.
Em suas redes sociais, o órgão afirma que os membros terão a chance de expressar suas opiniões por meio de votação democrática. A suspensão precisa ser aprovada por pelo menos dois terços dos membros.
“Nossos estatutos são claros: promoção do turismo a favor da paz e do respeito universal pelos direitos humanos... Apenas os membros que se ajustam a isso podem integrar a OMT”, disse Pololikashvili em seu Twitter.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse em entrevista que a decisão de sair não afetará o turismo russo. “O setor do turismo, especialmente o doméstico, vai continuar com seu desenvolvimento. As direções externas para o turismo também estão abertas, dependendo de questões de concorrência em termos de qualidade e preço”, comentou.
A OMT, formada por 159 Estados-membros, condenou no início de março a invasão da Ucrânia pela Rússia, que começou em 24 de fevereiro. Segundo o órgão, será a primeira vez desde 1976 que uma reunião será realizada para considerar a suspensão de um de seus membros.
Com esta medida, a Rússia não poderá contar com a assistência técnica da OMT, nem participar de suas reuniões e eventos. Ela também não poderá votar em eleições ou nomear quaisquer candidatos para o cargo de Secretário-Geral.
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